EFICÁCIA DO DIAFRAGMA USADO CONTINUAMENTE, SEM ESPERMICIDA

Resumo

A experiência de 670 usuários de diafragma de três clínicas brasileiras foi revisada retrospectivamente. A maioria dos sujeitos (441) seguia o método tradicional (MT) de uso do diafragma, apenas no momento da relação sexual e com espermicida. Um terço (215) usava o diafragma continuamente (CU), sem espermicida, retirando-o apenas na hora do banho diário para lavá-lo, com reinserção imediata. A taxa total de gravidez foi de 7,0 por 100 mulheres-ano para todo o grupo. A taxa de falha total e de pacientes foi significativamente menor no CU (0,6 e 2,8), em comparação com o subgrupo TM (6,5 e 9,8). A taxa de descontinuação por infecção urinária ou outras razões médicas não foi maior no grupo CU. Análise de regressão logística, incluindo idade, paridade, número de abortos e de filhos vivos, anos de escolaridade,

PIP: No Brasil, uma revisão retrospectiva de prontuários de usuárias de diafragma do Coletivo de Mulheres Sexualidade e Saúde do centro de São Paulo, da clínica de planejamento familiar da Universidade Estadual de Campinas e de um consultório particular de Belo Horizonte foi realizada para comparar dados de 215 mulheres usando-o continuamente sem espermicida, exceto para limpá-lo durante o banho, com dados de 441 mulheres que o usaram com espermicida apenas durante a relação sexual para determinar a eficácia do diafragma. A taxa de falha dos pacientes foi consideravelmente maior entre as mulheres que usaram o diafragma com espermicida (6,5 vs. 0,61; p 0,05). A taxa de falha do método foi apenas ligeiramente maior no grupo de usuários de diafragma com espermicida (3,53 vs. 2,2). 71,47% de todas as mulheres continuaram usando por 12 meses, especialmente mulheres que usam continuamente o diafragma sem espermicida (84,84 vs. 63,28%; p 0,05). As mulheres que usaram o diafragma com espermicida foram mais propensas a interromper por corrimento vaginal e por outras razões médicas e pessoais do que aquelas que o usaram continuamente sem espermicida (p .05). Eles também eram mais propensos a serem perdidos no acompanhamento (16,4% vs. 6,43%; p 0,05). A análise de regressão logística indicou que o uso de diafragma com espermicida estava positivamente relacionado ao fracasso total dos pacientes (p = 0,042). Essas descobertas sugeriram que a confusão do uso do diafragma com espermicida, sua interferência na relação sexual e talvez o custo do espermicida contribuíram para suas altas taxas de descontinuação e falha. As descobertas devem despertar o interesse na identificação de meios para melhorar a aceitação e a eficácia do uso do diafragma.

Referência: AE Ferreira 1MJ Araújo CH Regina SG Diniz A Faúndes

Referência: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/8403903/